top of page

Menu

Aparição do Anjo

a S. Roque

Aparição do Anjo a S. Roque

Na Igreja de São Roque em Lisboa, há uma pintura extraordinária de Gaspar Dias: “Aparição do Anjo a S. Roque” (c. 1584). A obra mostra
um episódio na vida de S. Roque. No entanto, para além de ser uma obra bela, a pintura exemplifica uma coisa sobre a vida de S. Roque, partilhando ainda uma mensagem sobre nós.
 

S. Roque nasceu em Montpellier (França) no século XIII ou XIV. Era de uma família rica, mas quando os pais faleceram, S. Roque (aos 20 anos) ofereceu o seu dinheiro todo aos pobres. Depois viajou até Roma enquanto peregrino. Encontrou muitas pessoas doentes, afetadas pela Peste Negra na cidade de Acquapendente, e conseguiu curar muitos doentes nesta cidade fazendo o sinal da cruz em frente deles. Pouco tempo depois, S. Roque apanhou a Peste e adoeceu. Em vez de ficar no hospital e ser um fardo para os outros, decidiu sair para a floresta e ficar numa cabana onde provavelmente iria morrer.

Quando estava doente na cabana, um cão ia visitá-lo, trazendo pão para sustentar o Santo. Por fim, um anjo veio para o curar da Peste. A pintura capta o momento do aparecimento do Anjo. O Santo está deitado sozinho, com um livro aberto ao pé da cama. Ao mesmo tempo, S. Roque está a revelar a chaga da Peste – um gesto comum nas imagens do Santo – estando ainda acompanhado por um elegante galgo inglês que segura um pão na boca. No fundo da pintura, está uma linda galeria de um palácio povoado por pessoas entretidas com atividades diferentes: há dois homens velhos a conversar, duas crianças a brincar, e outras pessoas simplesmente sozinhas a olhar em diferentes direções, mas nunca diretamente para S. Roque. Este glorioso momento na vida de S. Roque parece ter pouco interesse para esta gente distraída, embora muitos deles tenham a mão a apontar para o céu.

Nós, de uma maneira ou de outra, somos como esta gente. A pintura, no entanto, convida-nos para ser mais ativos no nosso reconhecimento de milagres e da Misericórdia. Em vez de compararmos a nossa insignificância à glória do Santo, é possível pelo menos deixar cair a nossa distração pelas atividades do dia a dia para nos dedicarmos mais aos outros. A pintura de Gaspar Dias chama a nossa atenção para a história de S. Roque; mas o espaço atrás do Anjo e do Santo serve como um espelho para vermos as nossas vidas. Se calhar podemos fazer mais do que simplesmente apontar para o céu com uma mão estendida. Com espírito humilde podemos seguir
o exemplo de S. Roque, com ações que resplandecem de maneira justa a nossa humanidade, em nome da glória de Deus. 

 

 

Sara Eckerson,

Equipa de Comunicação

Próximo

artigo

bottom of page